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Elvis Costello é, de longe, o artista que entrega as capas mais feias de discos dos últimos anos. "Hey Clockface", lançado em 2020, e o mais recente, chamado "The Boy Named If", provam que não é justo — e nunca será — julgar o conteúdo pela capa. Porque ele, acompanhado novamente pelos Imposters, mostra que ser um dos melhores músicos dos últimos 40 anos é uma tarefa cumprida muito bem.
Um dos pontos principais da carreira de Costello é saber da capacidade dele em escrever boas canções, uma atrás da outra. "Farewell, OK" e a faixa-título são dois bons exemplos disso, de boas canções completamente diferentes. Enquanto a primeira funciona muito bem para abrir o trabalho, a seguinte é mais pesada na letra e nos arranjos, mostrando dois lados do músico logo de cara.
Uma que pode render muito nos shows é "Penelope Halfpenny", graças ao refrão grudento e bem pop, assim como a bonita balada "Paint the Red Rose Blue" e em "My Most Beautiful Mistake" — uma das melhores canções desses primeiros dias do ano. Mas Costello não decepciona quando coloca as guitarras para funcionar, caso da dançante "Magnificent Hurt".
Costello, aliás, não esconde as referências da música tradicional britânica em "The Man You Love to Hate" ou em "Trick Out the Truth". Quem é inglês faz questão de sê-lo em qualquer oportunidade, certo? Com ele não é diferente.
Acompanhado pelos Imposters mais uma vez, Elvis Costello entrega um disco que tem de tudo um pouco. De baladas a canções mais agitadas, ele segue em atividade e entregando boas composições em bons trabalhos, uma raridade para muitos da mesma geração.
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